Expressão Oral Regulada por Técnicas
Cesário
Verde – o Repórter do Quotidiano
Orientações de trabalho:
-
Observa
a realidade que te rodeia com o olhar crítico e analítico de Cesário Verde.
-
Seleciona
um dos versos da listagem apresentada.
-
Transforma-te
no “repórter do quotidiano” e tira uma fotografia que ilustre o verso
escolhido.
Orientações
de apresentação do trabalho:
-
Apresentação
da fotografia captada e do respetivo verso.
-
Clarificação
do sentido do verso escolhido (tendo também em conta o poema em que está
inserido).
-
Referência
ao contexto em que a fotografia foi tirada.
-
Leitura
de imagem – fotografia.
-
Explicitação
da relação existente entre o verso e a fotografia.
Duração
da apresentação: 3 minutos
Data
de apresentação: ___________________
Itens a avaliar:
- Utiliza um tom de voz audível;
- Fala de forma pausada e expressiva
(utilizando uma modelação de voz variada e não monótona e fazendo pausas
pertinentes que induzam aos sentidos do texto);
- Tem uma dicção clara;
- Usa vocabulário variado e adequado ao
tema e à situação;
- Respeita as regras gramaticais;
- Estabelece abundantes contactos visuais
com o auditório;
- Assume uma atitude descontraída e não
rígida;
- Organiza, de forma lógica, as ideias a
apresentar;
- Demonstra
eficácia argumentativa;
- Apresenta uma fotografia adequada à
intencionalidade do verso selecionado;
- Clarifica o sentido do verso;
- Estabelece, com rigor e pertinência, a
relação entre verso-fotografia;
- Domina os
conteúdos apresentados quando questionado sobre os mesmos;
- Respeita o tempo estabelecido para a
apresentação.
Versos
retirados de poemas existentes no Manual.
ü “A larga rua macadamizada” (in “Num bairro moderno”)
ü “E rota, pequenina, azafamada,/notei de costas uma rapariga”
(in “Num bairro moderno”)
ü “Sobem padeiros, claros de farinha” (in “Num bairro moderno”)
ü “E às portas, uma ou outra campainha/toca, frenética, de vez em
quando” (in “Num bairro moderno”)
ü “Nós levantámos todo aquele peso/Que ao chão de pedra resistia
preso/Com um enorme esforço muscular” (in “Num bairro moderno”)
ü “Ela apregoa, magra, enfezadita,/As suas couves repolhudas,
largas” (in “Num bairro moderno”)
ü “De cócoras, em linha,
os calceteiros,/Com lentidão, terrosos e grosseiros,/Calçam de lado a lado a
longa rua.” (in “Cristalizações”)
ü “E as poças de água, como em chão vidrento,/Reflectem a molhada
casaria.” (in “Cristalizações”)
ü “Em pé e perna, dando aos rins que a marcha agita,/disseminadas,
gritam as peixeiras” (in “Cristalizações”)
ü “Uns barracões de gente pobrezita” (in “Cristalizações”)
ü “Homens de carga! Assim as bestas vão curvadas!” (in
“Cristalizações”)
ü “E cospem nas calosas mãos gretadas” (in “Cristalizações”)
ü “Covas, entulhos, lamaçais” (in “Cristalizações”)
ü “Uma infeliz, sem peito, os dois pulmões doentes;/Sofre de
faltas de ar, morreram-lhe os parentes/E engoma para fora.” (in
“Contrariedades”)
ü “Juntei numa fogueira imensa/Muitíssimos papéis inéditos.” (in
“Contrariedades”)
ü “O populacho/Diverte-se na lama.” (in “Contrariedades”)
ü “A pobre engomadeira ir-se-á deitar sem ceia?” (in
“Contrariedades”)
ü “Nas nossas ruas, ao anoitecer,/Há tal soturnidade, há tal
melancolia,/Que (...)/Despertam-me um desejo absurdo de sofrer” (in “O
Sentimento de um Ocidental – I – Avé Marias”)
ü “Semelham-se a gaiolas, com viveiros,/as edificações somente
emadeiradas” (in “O Sentimento de um Ocidental – I – Avé Marias”)
ü “Às portas, em cabelo, enfadam-se os lojistas” (in “O
Sentimento de um Ocidental – I – Avé Marias”)
ü “Correndo com firmeza, assomam as varinas./Vêm sacudindo as
ancas opulentas!/Seus troncos varonis recordam-me pilastras” (in “O Sentimento
de um Ocidental – I – Avé Marias”)
ü “E o peixe podre gera os focos de infecção!” (in “O Sentimento
de um Ocidental – I – Avé Marias”)
ü “... as tascas, os cafés, os estancos...” (in “O Sentimento de
um Ocidental – II – Noite fechada”)
ü “Muram-me as construções rectas, iguais, crescidas” (in “O
Sentimento de um Ocidental – II – Noite fechada”)
ü “Nesta acumulação de corpos enfezados;/Sombrios e espectrais
recolhem os soldados;/Inflama-se um palácio em face de um casebre.” (in “O
Sentimento de um Ocidental – II – Noite fechada”)
ü “... as costureiras, as floristas/Descem dos magasins...” (in “O Sentimento de um
Ocidental – II – Noite fechada”)
ü “E saio. A noite pesa, esmaga. Nos/Passeios de lajedo
arrastam-se as impuras.” (in “O Sentimento de um Ocidental – III – Ao gás”)
ü “As burguesinhas do Catolicismo/Resvalam pelo chão minado pelos
canos” (in “O Sentimento de um Ocidental – III – Ao gás”)
ü “Num cutileiro, de avental, ao torno,/Um forjador maneja um
malho, rubramente.” (in “O Sentimento de um Ocidental – III – Ao gás”)
ü “E de uma padaria exala-se, inda quente,/Um cheiro salutar e
honesto a pão no forno.” (in “O Sentimento de um Ocidental – III – Ao gás”)
ü “Casas de confecções e modas resplandecem” (in “O Sentimento de
um Ocidental – III – Ao gás”)
ü “Que grande cobra, a lúbrica pessoa/Que espartilhada escolhe
uns xales com debuxo!/Sua excelência atrai, magnética, entre luxo/Que ao longo
dos balcões de mogno se amontoa.” (in “O Sentimento de um Ocidental – III – Ao
gás”)
ü “E, nas esquinas, calvo, eterno, sem repouso,/Pede-me sempre
esmola um homenzinho idoso,/Meu velho professor nas aulas de Latim!” (in “O
Sentimento de um Ocidental – III – Ao gás”)
ü “Por baixo, que portões! Que arruamentos!” (in “O Sentimento de
um Ocidental – IV – Horas mortas”)
ü “Um parafuso cai nas lages, às escuras” (in “O Sentimento de um
Ocidental – IV – Horas mortas”)
ü “Colocam-se taipais, rangem as fechaduras” (in “O Sentimento de
um Ocidental – IV – Horas mortas”)
ü “Numas habitações translúcidas e frágeis” (in “O Sentimento de
um Ocidental – IV – Horas mortas”)
ü “Nauseiam-me, surgindo, os ventres das tabernas” (in “O
Sentimento de um Ocidental – IV – Horas mortas”)
ü “Cantam, de braço dado, uns tristes bebedores” (in “O
Sentimento de um Ocidental – IV – Horas mortas”)
ü “E sujos, sem ladrar, ósseos, febris, errantes,/Amareladamente,
os cães parecem lobos” (in “O Sentimento de um Ocidental – IV – Horas mortas”)
ü “Como a Moda supérflua e feminina” (in “Deslumbramentos”)
ü “Grande dama fatal, sempre sozinha,/E com firmeza e música no
andar” (in “Deslumbramentos”)
ü “Sentado à mesa dum café devasso” (in “A débil”)
ü “De repente, paraste embaraçada/Ao pé dum numeroso ajuntamento”
(in “A débil”)
ü “Julguei ver, com a vista de poeta,/Uma pombinha tímida e
quieta/Num bando ameaçador de corvos pretos” (in “A débil”)
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